14 de ago. de 2010

RAÍZES: Você conhece a sua?


”Por mais que os galhos cresçam, o tronco sempre será maior, e quem sustenta o tronco é a raiz”.

Mestre Ataliba


Mãe Tata
Pensar em Candomblé é pensar em Tradição. Dentro dessa filosofia o processo de existencia individual está intimamente ligado a uma existência coletiva. Não adianta saber apenas quem se é, mas quem veio antes de voce, a sua ancestralidade. Quando conhecemos nossas raízes nos tornamos mais fortes, seguros de quem somos.

O processo de iniciação desperta em nós uma consciencia adormecida, uma memória ancestral que deve ser constantemente exaltada, jamais esquecida. Por exemplo, é comum durante a cerimônia pública do nome (orukó iyawo) que a pessoa escolhida como padrinho (ou madrinha) de orukó se apresente informando a todos os presentes quem foi o seu iniciador, seus avós e a casa matriz do seu axé. Todos devem possuir uma origem...

 

Mãe Nitinha
Antigamente existiam poucas casas de Candomblé, e as relações que mantinham os grupos coesos se davam de forma mais rígida, saber o que acontecia na casa matriz do seu axé era quase que uma obrigação. 




Tia Massi




Nos tempos atuais, com o aumento exagerado do número de casas de culto, os laços que mantinham as comunidades unidas foram se afroxando, gerando muitas vezes a perda dessa identidade ancestral coletiva. Muitos iniciados hoje em dia quando questionados sobre a origem de sua casa emudecem, sem poderem responder tal indagação.



Mãe Nitinha e Pai Flavio de Oguian

Essa postagem tem como principal finalidade deixar registrada a importância de se conhecer aqueles que deixaram o seu nome marcado na história dessa religião, tão rica e poderosa, chamada por nós de Candomblé. Lembremo-nos sempre das sábias palavras de Mestre Ataliba, um galho sem um tronco forte e sem raízes profundas não consegue se manter em pé e nunca dará frutos saudáveis.  

Mojubá Iyá Mi! Casa Branca do Engenho Velho




Ilé Asé Omí - Nossa raíz é forte

Preservar a memória é fundamental se queremos manter a nossa religião viva.

13 de ago. de 2010

O QUE VOCÊ CONHECE DE CULTURA NEGRA?


Konkén/Etum-  Numida meleagris
Discutindo Cultura Negra



Criançada se divertindo com a oficina de Danças Populares promovida pelo professor e cantor Lúcio Sanfilippo
  
Professor José Flávio e visitantes
Nossa comunidade, situada em Cachoeiras de Macacu (Ilê Axé Omim), pretende dialogar com os Cachoeirenses sobre a beleza da ancestralidade africana, sua singularidade e contribuir desta forma na luta contra o preconceito e a intolerância religiosa, baseada principalmente pelo desconhecimento de nossas matrizes culturais. 

Nossa luta é pela igualdade social, econômica e política dos afros descendentes. Pretendemos mostrar que o belo é fonte de entretenimento, educação e valorização cultural.  

No periodo de 09 a 15 de Junho de 2008 foi realizado o evento "O que você conhece de cultura negra?"

Momento de visitação do público ao Ilé Asé Omim
O principal objetivo desse evento foi divulgar um dos aspectos mais significantes da cultura negra brasileira na diáspora, isto é, as músicas, os cantos, as indumentárias, os mitos, as danças e os instrumentos que acompanharam os africanos para o novo mundo. O evento foi aberto a comunidade municipal como um todo, e em especial a artistas interessados em cultura, contribuindo desta forma com os alunos e professores locais na aplicação da Lei 10.639/03. O público alvo foi composto por Professores, Educadores, Estudantes, Pesquisadores de Cultura Negra, Artistas, Historiadores e a comunidade local.

Centro Intereducacional de Cultura e Arte- CICA


José Flávio ministrando palestra ao ar livre
Adé de Oyá - Senhora dos Ventos e das Tempestades

Adé de Obá - Senhora das Paixões Platônicas, orixá guerreira



Adé de Oxum - Orixá dos rios e cachoeiras


Oficina de Contação de Histórias com Lucinha Pessoa, auxiliada pela pedagoga Vanessa Silva

 O evento contou com o apoio cultural do Centro Intereducacional de Cultura e Arte (CICA) e da Secretaria de Educação e Cultura de Cachoeiras de Macacu. Na sua programação foram realizadas exposições de diversas indumentarias e ferramentas de orixás (acervo do Ile Asé Omim), oficinas de contação de histórias ministradas pela professora e Ekedji Lucinha Pessoa, oficinas de canto, música e danças populares conduzidas por profissionais integrantes da Comunidade Ile Asé Omim

Na ocasião também ocorreu uma maravilhosa conferência, por conta de nosso líder religioso e professor Doutor em Antropologia Social, José Flávio Pessoa de Barros, que versou sobre o tema:"Fundamentos da ancestralidade africana e cultura negra brasileira, com foco na música, memória e história".


ISSO É SÓ UM POUQUINHO DO QUE ROLOU, SE VOCÊ GOSTOU NÃO FIQUE DE BOBEIRA E VENHA PARTICIPAR DE NOSSAS PRÓXIMAS ATIVIDADES!

Entre em contato conosco:  
lucinhapessoa@gmail.com

Odé o caçador- Orixá encarregado de buscar o nosso alimento e a fartura para nossa casa


Ogún- Orixá que abre os nossos caminhos e Senhor da agricultura
Osé de Sango- orixá da justiça

7 de ago. de 2010

“Quem é de Axé diz que é”

Já começou o novo censo do IBGE, onde serão coletadas informações referentes a variados aspectos da nossa população. Um desses aspectos é qual o percentual ocupado pelos diferentes grupos religiosos, no total de todas as principais práticas religiosas existentes no Brasil.
Segundo o último censo, apenas 0,3% de toda a população se declarou praticante e pertencente a alguma religião de matriz africana (umbanda, candomblé, omoloko, etc). Esse valor é absurdo, não refletindo a realidade de nosso povo. A principal explicação para essa situação é o medo, que muitos ainda têm, de serem discriminados. De assumirem que praticam uma religião que antecede o próprio Cristianismo, e que possui uma história de muita luta e resistência.
Para tentar mudar esse triste quadro estatístico, e que nada condiz com a verdade foi lançada no dia 20 de Novembro de 2009, pelo CEN (Coletivo de Entidades Negras) e com o apoio de diversas organizações sociais a campanha: “Quem é de Axé diz que é”. O objetivo é que as pessoas comecem a se conscientizar da importância de assumir a sua verdadeira identidade religiosa, se assumir enquanto praticantes de religiões de matriz africana. Vamos mostrar quantos somos realmente...

Vale ressaltar que esse passo é fundamental para que possamos vencer essa luta contra o preconceito. Políticas públicas que assegurem os nossos direitos só podem acontecer uma vez que mostremos que realmente existimos. Infelizmente, enquanto formos invisíveis estatisticamente ficará muito difícil lutar contra grupos, já muito bem articulados, e que têm a pratica da intolerância religiosa como uma constante.


Por fim, vamos começar a nos orgulhar da nossa religião, que é muito rica em filosofia de vida e, ao contrário do que muita gente pensa, nos impõem uma série de valores morais e éticos. Não tenha vergonha de trocar de benção com o irmão quando está fora da casa de culto. Use o seu asó funfun (roupa branca) quando for necessário, se orgulhe do fio de contas do seu orisá. Nossos ancestrais lutaram muito, da mesma forma devemos continuar lutando. Nossas raízes são fortes, enquanto estivermos ligados as mesmas, nossos galhos sempre darão frutos saborosos. Motumbá asé.

OBS: A coleta está fixada para começar em 1º de agosto de 2010 e o início da divulgação dos resultados em dezembro do mesmo ano. As principais informações sobre o andamento da pesquisa serão divulgadas no site do IBGE: http://www.censo2010.ibge.gov.br 
CEN Brasil. Acesse: http://www.cenbrasil.org.br

Como contribuir por um Meio Ambiente melhor

Rio Macacú- Ile Asé Omim Iwin Odara
Com o crescimento da nossa religião e o surgimento de novas casas de candomblé e umbanda a utilização das áreas verdes remanescente se reflete muitas vezes em um problema ambiental, o dilema está em como continuar utilizando esses espaços sem aumentar ainda mais a sua degradação. Nessa hora devemos recorrer ao conhecimento deixado por nossos mais velhos, e também ao bom censo. Antes de sair de sua casa se pergunte: Será que essa oferenda não pode ser depositada junto ao igbá do orixá que se quer agradar, no próprio Ilé Asé?
 
Egbé Orisá
Alguns filhos ou clientes podem não possuir um assentamento individual, nesse momento deve-se relembrar o conceito que os nossos ancestrais africanos tinham de EGBÉ, ou seja comunidade. Para eles a energia era entendida de forma coletiva, ou seja “um por todos e todos por um”. Exemplificando, quando o Ogun da cidade (do Egbé) era cultuado o axé desse orixá seria dividido para todos os membros da comunidade. Esse conceito é bem interessante, uma vez que diminui os custos financeiros e ambientais, e consequentemente a quantidade de resíduos produzidos é bem menor. Por outro lado o asé, quando compartilhado, tende a ser bem maior pois a união nos torna muito mais fortes.

Caso Ifá determine que a oferenda PRECISA ser levada para fora do Ilé Asé devemos tomar os cuidados necessários para que ao final da obrigação o meio ambiente esteja o mínimo degrado possível. Assim, evite deixar garrafas, copos e vasilhas. Esú adora um otin, entretanto a garrafa não precisa permanecer no local. Osun adora espelhos e pentes, mas será que ela iria ficar feliz em ver o seu rio todo poluído, com os seus peixes morrendo contaminados? PENSE e REFLITA! Os elementos utilizados nos ebós sempre (ou quase sempre) poderão ser substituídos por outros menos impactantes ao meio ambiente.

Podemos fazer muito para contribuir com a preservação do Meio Ambiente, mesmo em atitudes muito simples, como cultivo de algumas plantas em nossa casa. Tradicionalmente algumas ervas só podem ser retiradas para o culto, quando as mesmas crescem expontaneamente. Entretanto nada impede que você tenha um pé de odundun (folha da costa), um peregún (pau-dágua) ou um igi opé (dendezeiro). 


Igi Òpè ou Màrìwò (dendezeiro/ Elaeis guineensis)


ILE ASÉ OMIM IWIN ODARA
Dentro desse aspecto é importantíssimo que preservemos as nossas árvores sagradas dentro de nossas casas de culto. São elas que servirão de morada para diversos espíritos (iwin e abikú), assim como orixás (Apaoká e Iroko) e Voduns (Atin sá). Quando uma planta cresce ela retira gás carbônico da atmosfera, isso reduz o aquecimento do planeta. Vamos plantar mais árvores, principalmente as nativas da nossa região. Toda folha tem uma aplicação, todas elas têm um(a) dono(a), é só descobrir. ERÚ EJÉ! ASSA!  

2 de ago. de 2010

Obaluaiê

Obaluaiê
Senhor da vida e da morte, é chamado o médico dos pobres, que a ele recorrem em suas doenças e enfermidades. Em sua festa, o Olubajé, convida a todos para comerem as comidas votivas de todos os orixás, que constituem-se na cura para todos os males. As pipocas são a ele consagradas e, durante o mês de agosto, são distribuídas aos adeptos e chamadas de flores de Obaluaiê (flores da cura). Seus colares possuem contas vermelhas, pretas e brancas. Atotô! é sua saudação, que significa “acalme-se!”. Suas roupas coloridas são cobertas por palhas ditas da Costa e que trazem à memória o local de origem deste Orixá: a Costa da Mina.

Quadro escultura pintura sobre cerâmica: Iracy Carisi (1978)

Nanã Burukê ou Buruku

Nanã Burukê ou Buruku
A chuva, os pântanos, são os elementos-espaços da natureza a ela consagrados. É considerada a mais velha dos orixás e mãe de Obaluaiê. Os mitos atribuem a ela o abandono deste, que foi adotado por Iemanjá, tornando-se, de fraco e doente, no mais belo e vigoroso dos orixás. As contas brancas, riscadas de azul, ornam os seus fios de conta.  Sua saudação, Saluba!, é sempre proferida para a velha senhora que dança ao ritmo de seus cânticos embalando, ou um filho imaginário, ou um bastão longo que lhe ampara os passos, por vezes frágeis, mas sempre determinados pela sabedoria dos mais velhos.

Quadro escultura pintura sobre cerâmica: Iracy Carisi (1978)

Obá

Obá
A primeira das esposas míticas de Xangô e a mais velha dentre elas. Em uma disputa pelo amor do Alafim de Oyó com a segunda esposa, Oxum, foi por ele repudiada, quando esta a induz ao erro, mandando-a oferecer ao Rei um Amalá (comida feita a base de quiabo) que continha um pedaço da sua orelha, com a promessa de torná-lo para sempre enamorado. Expulsa do palácio, encontra Oxóssi, o divino caçador, que a torna a mais famosa caçadora da floresta, fundando, posteriormente, a Sociedade Elekô, encarregada da proteção das mulheres feridas, maltratadas e repudiadas por seus companheiros. Contas cor-de-abóbora enfeitam os colares e muitas vezes as roupas de seus filhos. Sua saudação é Obá Xirê!

Quadro escultura pintura sobre cerâmica: Iracy Carisi (1978)

Oyá

Oyá
A terceira esposa mítica de Xangô e a mais nova dentre elas. Guerreira como ele, o acompanha em todas as suas lutas. Xangô torna-se o orixá do fogo porque ele a encarregou de trazê-lo e, antes de entregá-lo ao esposo, o prova, tornando-se, como ele, a senhora deste elemento. Suas contas são marrons e, algumas vezes, vermelhas. Sua saudação é Eparrei! Porta o prestigioso título de Oyá Messã, senhora dos noves espaços celestiais, onde são recebidos os mortos que por ela são guiados até Olorum.

Quadro escultura pintura sobre cerâmica: Iracy Carisi (1978)

Iemanjá

Iemanjá
Uma das mais festejadas Iagbás (grandes mães). Sua saudação é Odoiá!, “A Mãe dos Rios”, que fala justamente da parte da natureza a ela atribuída. Além de ser considerada mãe adotiva de Obaluaiê, é também por muitos chamada de “Mãe de todos os Oris”, ou seja, de todas as cabeças. Suas contas cristal-translúcido identificam os que por ela são consagrados. No Rio de Janeiro é chamada a “Rainha dos Mares” e o dia 1º de Janeiro marca a data de seu festejo anual.

Quadro escultura pintura sobre cerâmica: Iracy Carisi (1978)

Ossãe

Ossãe
Orixá dos vegetais, que como um todo são a ele atribuídos, especialmente os usados na medicina e nos ritos iniciáticos. Seus sacerdotes, olossães, senhores das ervas, podem também ser chamados de onixeguns, ou senhores da cura, em função da especificidade de seus conhecimentos. Suas contas, brancas riscadas de verde, são o privilégio usado pelos poucos que a ele são consagrados. As folhas, como são carinhosamente chamados os vegetais ritualísticos, estão diretamente relacionadas ao ditado: kossi ewê, kossi orixá (sem erva não há orixá).

Quadro escultura pintura sobre cerâmica: Iracy Carisi (1978)

Oxóssi

Oxóssi
O grande caçador Iorubá, Rei da cidade de Ketu, e talvez um dos mais festejados orixás do panteão iorubano. É um dos odés, caçador, portanto; guardião das tradições e o grande provedor do povo de candomblé que a ele recorre por fartura. Suas contas são azuis e seus trajes lembram sempre caçadores que atualizam, a cada festa, a busca pela prosperidade.

Quadro escultura pintura sobre cerâmica: Iracy Carisi (1978)

Oxaguiã

Oxaguiã
Um dos orixás funfun, isto é, orixás originais, que participaram, portanto, da criação do mundo. É guerreiro e foi miticamente considerado o grande conquistador das terras iorubás, junto com seu pai, Odudua. Porta em suas mãos alegorias como a mão de pilão ou a espada, ambas instrumentos de guerra. Suas contas são brancas e se fecham através de uma firma azul celeste, que o distingue enquanto Senhor da Guerra.

Quadro escultura pintura sobre cerâmica: Iracy Carisi (1978)

Oxalufã

Oxalufã
O mais velho dos orixás, encarregado por Olorum, o deus supremo, de criar o mundo e que depois de cometer uma transgressão perde esse privilégio, tornando-se somente aquele que deu origem aos homens. Os seus cânticos e danças encerram as cerimônias dos candomblés e esta posição, a ele atribuída, diz respeito à importância que lhe é consagrada. Suas contas são brancas leitosas e sua saudação é Exewê babá!

Quadro escultura pintura sobre cerâmica: Iracy Carisi (1978)

Ibeji

Ibeji
Os gêmeos, que durante muito tempo foram sincretizados com Cosme e Damião, na verdade, lembram os perigos e os privilégios daqueles que têm nascimento duplo. Às vezes são relacionados aos erês pela Umbanda, que os consideram manifestações infantis dos orixás. Constituem-se em culto particular e os pais de gêmeos prestam culto a Ibeji pelo resto de suas vidas. Suas contas muitas vezes adornam as esculturas de madeira que descansam ao lado de seus assentamentos e possuem as mais variadas cores.

Quadro escultura pintura sobre cerâmica: Iracy Carisi (1978)

1 de ago. de 2010

Fogueira de Xangô 2010

Foto: FR
Olá pessoal, vamos repetir:
- mais uma vez acertamos e pretendemos continuar cada vez mais melhorando!!!!!!:

Como????

 Fazendo cada vez mais bonito, nos doando por inteiro, nos emocionando, contagiando a todos com nossa alegria, com nossa felicidade, não deixando que a fadiga tome conta de nossa festa, dando um pouquinho de nós na medida do possível, mas dando com amor, tendo sensibilidade de perceber o que falta para enriquecer nossos momentos lá dentro e fazendo o possível para que se tornem agradáveis... Estamos crescendo em tamanho, sabedoria, maturidade... E as responsabilidades tomando um volume que só nosso amor e dedicação darão conta dele, ela, a responsabilidade, também não nos assusta, pois fazemos tudo com muita alegria e vontade de acertar, de querer o melhor pra nossa casa.
Eles que tudo veêm , sentem, ouvem, estão cada vez mais atentos aos nossos gestos e atitudes, ao que falamos e ao que pensamos ao que não queremos e ao que desejamos...
A família cresce, que bom!!!
Sejam bem vindos Ekdy Edna, Ekedy Luana e Ogãm Gelsom.,  poderemos assim dividir um pouco nossas preocupações, nossas ansiedades,  nossas alegrias, nossos acertos, nossas dúvidas...e tudo se tornará mais leve e nós mais fortes como o Bambú, lembram????? Um sozinho não suporta o vendaval mais juntos não quebra nenhum, tivemos prova disto, pois ventou muito forte durante uns três dias em que estávamos na Roça, às vezes não conseguíamos dormir, pois o barulho era muito grande, mas nos sentíamos fortes como eles, pois estávamos todos juntos, com o mesmo pensamento, com os mesmos propósitos, na mesma sintonia, todos descansávamos do trabalho do dia, porém felizes na expectativa do dia 24 de julho, 19 passou foi maravilhoso!!! Nem tive tempo para entrar em inferno astral, havia coisas melhores pra se fazer, que era: prepararmos tudo para o grande dia.
Ele chegou rápido!!!
Estava ansioso para se apresentar para as duzentas pessoas que por lá estiveram e até hoje não foi esquecido, ele é lembrado com muita emoção, ele chegou majestoso, bonito, quente, nos deu uma tarde radiante e fechou a noite com chave de cobre, ouro e prata.
Nem sentimos frio!!! Pois o calor que emanava em todos nós fez com que a Fogueira acendesse muito rápida, suas brasas se mantiveram vivas durante dias, 
O vento, que a tudo assistia, aguardou o momento e espalhou cinzas pelo quintal como se estivesse pulverizando nossa casa de Axé! Eu acredito nisto!!!
      
 Pela manhã o fogo continuava no Ilê Axé Omin

Lucinha Pessoa - Mamãe