”Por mais que os galhos cresçam, o tronco sempre será maior, e quem sustenta o tronco é a raiz”.
Mestre Ataliba
Mãe Tata |
Pensar em Candomblé é pensar em Tradição. Dentro dessa filosofia o processo de existencia individual está intimamente ligado a uma existência coletiva. Não adianta saber apenas quem se é, mas quem veio antes de voce, a sua ancestralidade. Quando conhecemos nossas raízes nos tornamos mais fortes, seguros de quem somos.
O processo de iniciação desperta em nós uma consciencia adormecida, uma memória ancestral que deve ser constantemente exaltada, jamais esquecida. Por exemplo, é comum durante a cerimônia pública do nome (orukó iyawo) que a pessoa escolhida como padrinho (ou madrinha) de orukó se apresente informando a todos os presentes quem foi o seu iniciador, seus avós e a casa matriz do seu axé. Todos devem possuir uma origem...
Mãe Nitinha |
Antigamente existiam poucas casas de Candomblé, e as relações que mantinham os grupos coesos se davam de forma mais rígida, saber o que acontecia na casa matriz do seu axé era quase que uma obrigação.
Tia Massi |
Nos tempos atuais, com o aumento exagerado do número de casas de culto, os laços que mantinham as comunidades unidas foram se afroxando, gerando muitas vezes a perda dessa identidade ancestral coletiva. Muitos iniciados hoje em dia quando questionados sobre a origem de sua casa emudecem, sem poderem responder tal indagação.
Mãe Nitinha e Pai Flavio de Oguian |
Essa postagem tem como principal finalidade deixar registrada a importância de se conhecer aqueles que deixaram o seu nome marcado na história dessa religião, tão rica e poderosa, chamada por nós de Candomblé. Lembremo-nos sempre das sábias palavras de Mestre Ataliba, um galho sem um tronco forte e sem raízes profundas não consegue se manter em pé e nunca dará frutos saudáveis.
Mojubá Iyá Mi! Casa Branca do Engenho Velho |
Ilé Asé Omí - Nossa raíz é forte |
Preservar a memória é fundamental se queremos manter a nossa religião viva.